O Paulo Renato foi o primeiro mentor do Vetor Brasil. Eu tive uma única reunião com ele. Nela, explicamos qual era a nossa proposta.
Reunião com o Paulo Renato Souza na sede do ISD, em São Paulo
Éramos um grupo de engenheiros e administradores (ainda na faculdade) querendo fazer algo diferente, em que usássemos um suposto diferencial em habilidades de gestão. O objetivo de longo prazo seria nos tornarmos capazes de formular um plano nacional de desenvolvimento. E queríamos começar já com a mão na massa.
Como todo grupo de jovens engajados (o que ainda somos, aliás), acreditávamos que iríamos mudar o mundo.
A reação do Paulo Renato, depois de nos ouvir, foi memorável:
"Quando eu era jovem, montei também um grupo com uns amigos, parecido com o de vocês..."
E depois continuou a conversa, dando a entender que o tal grupo não foi muito para frente. Ele prosseguiu a conversa nos estimulando e dando dicas, inclusive uma sugestão que se tornaria o projeto Araguaçu 2020.
Lembro que nossa primeira reação sobre isto foi pensar: "Poxa, ele nem se empolgou muito com o grupo. E ele mesmo já fez o que queremos fazer, e cadê o grupo dele hoje em dia? Nem mudou o Brasil nem nada."
Rapidamente percebemos a besteira que estávamos dizendo. Como poderíamos pensar que o Paulo Renato não mudou o Brasil?
Faço minhas as palavras do meu amigo José Frederico Lyra Netto: "Minhas sinceras homenagens à grande contribuição que [Paulo Renato Souza] deu à educação brasileira e ao país. Acredito que a História ainda dará o real valor de sua contribuição ao Brasil."
O Zé é o de gravata vermelha na foto acima. Ele já é coordenador do núcleo de reforma educacional do estado de Goiás e, espero, há de se tornar um Paulo Renato para o Brasil - ou seja, um divisor de águas em termos de qualidade de gestão pública.