domingo, 26 de junho de 2011

Homenagem ao Paulo Renato

O Paulo Renato foi o primeiro mentor do Vetor Brasil. Eu tive uma única reunião com ele. Nela, explicamos qual era a nossa proposta.

Reunião com o Paulo Renato Souza na sede do ISD, em São Paulo

Éramos um grupo de engenheiros e administradores (ainda na faculdade) querendo fazer algo diferente, em que usássemos um suposto diferencial em habilidades de gestão. O objetivo de longo prazo seria nos tornarmos capazes de formular um plano nacional de desenvolvimento. E queríamos começar já com a mão na massa.

Como todo grupo de jovens engajados (o que ainda somos, aliás), acreditávamos que iríamos mudar o mundo.

A reação do Paulo Renato, depois de nos ouvir, foi memorável:

"Quando eu era jovem, montei também um grupo com uns amigos, parecido com o de vocês..."

E depois continuou a conversa, dando a entender que o tal grupo não foi muito para frente. Ele prosseguiu a conversa nos estimulando e dando dicas, inclusive uma sugestão que se tornaria o projeto Araguaçu 2020.

Lembro que nossa primeira reação sobre isto foi pensar: "Poxa, ele nem se empolgou muito com o grupo. E ele mesmo já fez o que queremos fazer, e cadê o grupo dele hoje em dia? Nem mudou o Brasil nem nada."


Rapidamente percebemos a besteira que estávamos dizendo. Como poderíamos pensar que o Paulo Renato não mudou o Brasil?


Faço minhas as palavras do meu amigo José Frederico Lyra Netto: "Minhas sinceras homenagens à grande contribuição que [Paulo Renato Souza] deu à educação brasileira e ao país. Acredito que a História ainda dará o real valor de sua contribuição ao Brasil."

O Zé é o de gravata vermelha na foto acima. Ele já é coordenador do núcleo de reforma educacional do estado de Goiás e, espero, há de se tornar um Paulo Renato para o Brasil - ou seja, um divisor de águas em termos de qualidade de gestão pública.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dúvidas sinceras

Li a seguinte reportagem agora há pouco:

José Rainha é condenado a quatro anos por furto em fazenda


O líder dissidente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) José Rainha Júnior foi condenado a quatro anos e um mês de prisão em regime semi-aberto por furto ocorrido durante a invasão de uma fazenda.

Sem querer entrar no mérito da prisão do Rainha em si, me passam algumas questões rápidas na cabeça. São questões de direito. Quem souber responde. Pago meio café (na PUC) para as melhores respostas.

1) "Dos outros 12 réus do mesmo processo, 2 tiveram a punição extinta e 10 foram absolvidos. (...) só Rainha foi condenado por ser considerado o líder de uma "massa de manobra".
"É inequívoco que ele [José Rainha] estava sempre presente na invasão, no claro papel de liderança, conforme relatos mais do que claros das testemunhas ouvidas", afirma Amaral [o juiz]."

Esse argumento não vale para lideranças do PT no mensalão (e outros casos semelhantes)?


2) É mais fácil condenar o réu nesses casos - mesmo com a incerteza de quem roubou o que no meio de uma grande confusão - que em casos clássicos de corrupção (alla Maluf, Sarney etc)?

Nos casos Sarney tinha empresas de fachada, um Instituto Sarney recebendo verba por nada, 823 parentes contratados, e mesmo assim o homem continua presidente do Senado!


3) Se prendem o Rainha por ser líder de invasão que roubou pedaços de madeira e um "motor de passar veneno" da fazenda, poderiam prender líderes estudantis por "coordenarem" o roubo de xícaras, placas e chancelas da universidade durante invasões de reitoria/diretoria acadêmica na USP/Unicamp? Seria aceitável/justo, ou a medida teria que ser outra?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Dia de Comemoração

Será que existe assunto sobre o que os brasileiros conseguem chegar a um consenso?


Existem tantas questões importantes sobre as quais é difícil chegar a um acordo... Qual é o melhor forma de acabar com a pobreza? Qual a melhor forma de distribuir a riqueza do Pré-Sal? Quem é o campeão brasileiro de 1987?

Além de ser difícil chegar a alguma conclusão sobre o que fazer, é difícil escolher prioridades: o que é mais urgente? E ainda mais difícil: onde colocar nosso dinheiro público, tão escasso?

Mas HOJE... sim, hoje, quarta-feira, 15 de dezembro - é um dia histórico marcado pelo consenso! Resolvemos um problema comum através do diálogo e do acordo! É como se toda a nossa população se reunisse, através de nossos representantes, e clamasse em (quase) uníssono:


Nossos deputados e senadores ganham muito pouco! Precisamos tomar uma atitude enérgica, urgente: aumento de 61,8%!

A famosa festa da democracia


Assim, os deputados votaram em colocar a matéria em caráter de urgência, os partidos a aprovaram na Câmara (bastou uma votação simbólica), mandaram para o Senado Federal, e nossos senadores não hesitaram em aprová-la também. Bastou um dia.

O importante aqui, volto a ressaltar, é o consenso. Com a exceção do PSOL, todos os partidos - incluindo PSDB, PT, PV - concordaram com a manobra. Você pode ver aqui a lista dos deputados que votaram a favor da urgência (separados por partido). 279 a favor, 35 contra, 3 abstenções.

Uma medida como essa tem custos. Além do aumento permanente nos gastos do Congresso, os deputados estaduais (uns 1500 no total) passam a ter direito de aumentar seus salários também, na mesma proporção. Vereadores também - mais uns 60.000 sujeitos. Uma pá de gente que pode receber 60% de aumento. Mas o problema é tão grave e urgente que não havia como esperar: aprovamos a matéria sem nem saber quais são esses custos. Há quem diga 1,8 bilhões só para as cidades (o que levaria o total a mais de R$ 2 bilhões num dado ano).

Também nem precisou de muitos argumentos, por ser uma questão tão óbvia. Nós, através dos congressistas, por algum motivo achamos terrível o deputado e o senador ganharem menos que o juiz do supremo. É tipo pecado, não pode. É urgente.

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Agora falando sério: deputados e senadores ganharão R$ 26,7 mil. Some a isso auxílio moradia de 3 mil (ou mais, para senadores), e lembre que eles não precisam pagar com seu salário viagens, despesas de gabinete, gasolina, e provavelmente nem comida.

Agora lembre que o piso salarial do professor é de R$ 1.024,67. E o professor precisa pagar pela moradia, e às vezes até por material escolar. Um deputado ganha quase 30 vezes o salário inicial de um professor. Economistas de plantão, lembrem que não estamos falando de preços controlados pelo mercado de trabalho. São salários definidos pelo governo. É uma questão de preços relativos, de onde aplicar o dinheiro público.


Aparentemente, ninguém se importa. Mas a revolta deveria ser maior com o governo federal, que tem mais espaço no orçamento pra baboseiras.


Se o seu partido ou candidato aprovou este aumento (suspeito que uma fração bem pequena dos meus zilhões de leitores vota no PSOL), e ao mesmo tempo:

a) Diz combater a desigualde social;

b) Jura querer melhorar a educação.

Tem algo de errado com a linha de raciocínio dele.

Não entendo muito da estrutura de gastos do governo, mas entendo de aritmética. Façamos um exercício:

Vamos partir dos R$ 2 bilhões anuais de economia1. Digamos que um aumento de salário do professor em R$ 1 real leve a um aumento total de custos de R$ 2 reais ao governo, ao somar despesas trabalhistas, previdência, etc. Então, se quiséssemos colocar toda essa grana para aumentar salários de professores do ensino básico, levando em conta que temos uns 2 milhões deles, a conclusão que eu chego é:

O governo poderia, com a grana comprometida com o aumento do legislativo, aumentar em pelo menos R$ 42 o salário de TODOS OS PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO do Brasil. Para quem recebe o piso, seria um aumento de 4%. Levando em conta que é pra 2 milhões de pessoas (comparados aos 62.000 do legislativo), acho bem significativo.2

Adoraria ouvir críticas sobre minhas contas, se estiverem erradas - aprenderei um pouco mais! Mandem comentário e eu corrigirei o que precisar.


Nesses anos em que estou no Vetor Brasil, me acostumei a ler sobre educação, ver casos de sucesso em outros países, acompanhar indicadores nacionais e internacionais, etc. De vez em quando saem análises interessantes como esta, da McKinsey & Co. Não consegui ver nenhum caso de sucesso até agora que não envolvesse valorização do professor - a profissão precisa ser valorizada, nós, como país, precisamos achar que o professor é importante - e pagar por isto. Mas a gente engasga nisso. E não dá pra dizer que é por falta de dinheiro depois dessas contas aí em cima. É questão de valorização mesmo.

Ao mesmo tempo, me pergunto por que precisamos aumentar salários de deputados. Será que precisamos buscar talentos que não estariam dispostos a ganhar "só" 16 mil mais benefícios? Será que tínhamos candidatos em potencial, de qualidade, deixando de concorrer porque o salário seria pequeno?

Em outras palavras: eu consigo enxergar um benefício claro à sociedade no aumento de salários aos professores. E no caso dos legisladores, alguém (que não seja diretamente beneficiado) consegue?3


No fundo, tudo se resume a um princípio básico da economia: as pessoas respondem a incentivos. Os legisladores têm um incentivo para aumentar seu salário - seu próprio bem estar. A "solução"? Nós, enquanto sociedade, precisamos bolar um jeito de punir este tipo de comportamento, para compensar o incentivo.

Nada simples.

Atualização: Pra quem queira acreditar que o tema é debatido já há algum tempo na câmara, e portanto foi pensado: lembre-se que há uma conveniência enorme em que a votação seja agora. Se não for antes de terminar o ano, não vale para a próxima legislatura. E, antes das eleições (mesmo o segundo turno), o jogo seria outro. Mesmo que todos os partidos concordem no "princípio" da coisa, o voto "Não" passaria a ter um valor maior (eleitoral). Pensando em termos estratégicos, o equilíbrio do "jogo" passaria a ser todo mundo votar "Não" em vez de "Sim".

Atualização 2: Para quem não se impressionou com o aumento de R$ 42 por professor, dou outros dois exemplos de coisas que poderiam ser feitos com os R$ 2 bilhões que os deputados preferiram destinar ao legislativo:

A) Criar um órgão de apoio do MEC com 10.000 funcionários (1 para cada 200 professores do ensino básico), ganhando cada um R$ 6 mil mensais, para apoiar diretores de escola no planejamento pedagógico e estratégico, além de supervisioná-las para fazê-las chegar nas metas do ministério. (supuz 70% de gastos do órgão com pessoal; 50% dos gastos de pessoal indo para salários)

B) Financiar uma universidade maior que a Unicamp.


Notas:

1 - Fazendo contas simples, o número faz sentido. Atualmente, vereadores ganham entre R$ 2 mil e R$ 7,5 mil, aproximadamente. Se, ao crescer o salário em 60%, o aumento de gastos mensal por vereador, na média, for R$ 2.500 reais - lembrem que isso inclui os encargos trabalhistas, décimo-terceiro e outras bonificações, previdência integral de servidor público etc -, chegamos nos R$ 1,8 bi (2,5 mil * 60 mil * 12 meses) das cidades. Completa 2 bi com o dos senadores, deputados federais e estaduais.

2 - Leitores atentos vão ver que o aumento dos custos só acontecerá em nível estadual e municipal em 2012. Não muda minha conclusão, exceto que o aumento aos professores aconteceria de forma gradual até 2012.

3 - Não estou considerando aqui o valor do entretenimento que desfrutamos ao acompanhar nossos legisladores. Eu, mesmo, gosto de passar horas escrevendo no meu blog em busca de Ibope, e teria menos assuntos não fossem as estapafúrdias do Congresso.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Nosso presidente

Galera, olhem esse vídeo, que ANIMAL:



Em menos de um minuto, Lula fala que:

  1. Se espanta ao ver Roseana Sarney com grande aceitação pelo povo maranhense, e bem nas pesquisas;
  2. Atribui isso à “televisão ficar falando bem dela o tempo inteiro”, “descaradamente mentindo”;
  3. Isso porque “a Globo é do pai dela [José Sarney]; o SBT é do [Edison] Lobão...”

Mas peraê: o Sarney e o Lobão não são, hoje, aliados do Lula? E ainda assim ele continua criticando a mesma “mídia paulista”? Se eu sei ler bem, ou ele sai caluniando gente a torto e a direito sem ter provas, ou ele é conscientemente desonesto (ou os dois!). Ressalte-se que o vídeo não é tão antigo assim: é de 2002, quando ele já era o Lulinha Paz e Amor.

Mais engraçado (ou trágico) é lembrar de Lula defendendo Sarney na época em que todo mundo queria ver ele renunciando. Naquela ocasião, Lula disse que o Sarney não podia ser “tratado como se fosse uma pessoa comum”. Disse que era contra o “denuncismo”. Isso é CÔMICO! O Lula criticando denuncismo? O que é o vídeo acima, seguido de afagos alguns anos depois aos mesmos sujeitos? O que foram seus anos de oposição a FHC? Até o caso da bolinha de papel é uma farsa do PSDB (segundo ele, era pra virar “o dia da mentira” tamanha a safadeza do Serra!).

O foda – peço perdão pela palavra, mas é foda mesmo – é o Lula usar essa sua falta de compromisso com a honestidade para, aproveitando-se da alta aprovação do seu governo e de sua posição institucional, tentar reescrever a história e eliminar inimigos (falando mal de opositores com a mesma eloqüência e “denuncismo” de sempre). Ele não tem vergonha nenhuma em criar uma fábula em que a história do Brasil se resume a:

  1. Antes de 2003: governos “das elites” ou “dos intelectuais” não tinham vontade de ajudar o povo brasileiro;
  2. Governo Lula: ele veio do povo, resgatou o governo e as estatais da sucata, olhou pelo povo hoje o Brasil é uma maravilha.

Mentir sobre o passado é ruim – o artigo anterior, do FHC, fala disso. Mas ainda mais perigosa é essa fantasia de que o Brasil está indo perfeitamente bem, e basta, a nós, continuar no ritmo atual.

Quer um exemplo? Lula diz: “Se todo o mundo diz que a prioridade é educação, porque os governos anteriores não fizeram o investimento necessário?”, implicando que, agora, o governo dele faz o investimento necessário. Dilma diz que o “Brasil voltou a investir em educação com Lula”. Porém, pode olhar com vontade: quer veja os dados do movimento Todos Pela Educação, quer veja a avaliação da OCDE, quer veja os dados do SAEB, a educação – especialmente a educação de base – NÃO ESTÁ avançando no ritmo que deveria. Pra falar a verdade, praticamente não está avançando.

Deixo aqui uma confissão: tenho certa vergonha de ter votado, em 2002, num cara tão avesso à verdade e ao respeito aos adversários. Vão falar que, daqui a alguns anos, poderei estar falando o mesmo de Serra ou FHC. Não tenho como saber. Só sei que esses dois têm décadas de vida pública e nunca vi nenhum site ou reportagem sobre eles que chegue aos pés do Lula, em termos de inconsistência ou destrato com princípios democráticos.

(Imagino que meus comentários vão lotar de exemplos anti-Serra e anti-FHC, haha. Vão começar falando das greves de alunos das universidades estaduais de São Paulo... Mas desse assunto eu estive por dentro e não me deixo enganar tão facilmente!)

Pra não ficar só na crítica, segue um link com o Lula sendo honesto.

Sem Medo do Passado

Pessoal,

Vou postar aqui um texto um pouco velho (foi publicado em fevereiro deste ano no Estadão), mas que tem TUDO a ver com este blog. Obrigado ao Bruno Villela pela lembrança!

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SEM MEDO DO PASSADO
Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, auto glorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?


A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo?
Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobrás, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobrás produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

sábado, 16 de outubro de 2010

Comparando Lula e FHC de verdade

Várias pessoas (a começar pela Dilma) dizem que o Serra e o PSDB fogem do debate quando o assunto é comparar FHC com Lula. Especialmente no campo econômico, não há dúvidas: o Brasil cresceu muito mais durante o governo Lula que durante FHC. Isso significa que o governo Lula mandou muito melhor na gestão da economia?

(reproduzido do site O Recôncavo)

Minha intenção, neste texto, é ajudar quem busca informações para fazer uma comparação um pouco mais profunda que jogar um número contra o outro, sem analisar o contexto.

Primeiro, vou falar da
inflação na história do Brasil, junto com os problemas que ela cria. Depois, falo do Plano Real, seus sucessos e vulnerabilidades. Depois, das crises pelas quais o Real passou no governo FHC, e como o governo Lula pegou a economia. Por fim, falo da economia no governo Lula. Vai ser tudo bem breve - cada um desses pontos pode facilmente ser um livro inteiro!


1) A Inflação


Inflação é quando os preços das coisas aumenta, e o dinheiro na sua carteira passa a comprar menos. Mas qual o problema disso?

Primeiro, inflação alta e instável causa problemas de planejamento. Imagine que você tem que planejar suas férias. Ou que você é uma empresa e precisa planejar suas contas do ano todo (porque, afinal, você quer crescer!). Se você não sabe qual vai ser o preço das coisas no futuro, fica MUITO mais difícil planejar para longo prazo.

Existe um outro problema, muito mais grave: no geral, em países pobres (como sempre foi o Brasil), alta inflação causa concentração de renda. Isso ocorre porque quem tem dinheiro consegue se planejar e proteger sua grana; quem é pobre não consegue. O dinheiro na carteira parra a valer menos a cada dia.
Agora dêem uma olhada no gráfico de inflação anual do Brasil, calculado desde 1944 (IGP-DI: dados retirados do site da Fundação Getúlio Vargas):


Não dá pra ver direito porque a inflação era muito alta (grotescamente alta, eu diria) de meados dos anos 80 até o Plano Real. Segue o mesmo gráfico, mas limitado a 50% ao ano de inflação (nos anos em que não aparece, a inflação era maior):


Agora lembrem que o Brasil continua a ser o sexto país mais desigual do mundo, mesmo depois de ter melhorado um tanto nos últimos anos. Será que tem algo a ver?

Óbvio que o Brasil já era muito desigual em 1944, fruto da nossa história. Porém, de lá pra cá o Brasil cresceu pra caramba, se tornou um líder global, mas até bem pouco tempo atrás só aumentávamos a desigualdade. Claro que outros fatores explicam tanto quanto, ou mais, a desigualdade, a começar pela falha sistemática na educação pública de base. Ainda assim, é bem difícil acreditar que a inflação não tem sua parcela de culpa.

Em resumo: o Brasil cresceu bastante. Mas, até o Plano Real, tinha crescido num modelo concentrador de renda, com enorme exclusão social. Governos que tentaram propostas alternativas - bons exemplos são Getúlio e Jango, com seus aumentos do salário mínimo - não conseguiram unir suas propostas à estabilidade econômica, gerando mal-estar em toda a sociedade. Os resultados são bem conhecidos: para um, suicídio; para o outro, golpe militar.

Pra quem quiser checar porque eu digo que nosso modelo é menos concentrador a partir do Plano Real, clique aqui para ver o índice de Gini sobre os rendimentos, calculado pelo IBGE. Ainda que pouco, dá pra ver que a desigualdade tem decrescido consistentemente desde lá. Melhor: tem acelerado a queda nos últimos anos!


2) Combatendo a inflação: o Plano Real

Vou fazer uma confissão: depois de estudar um tantinho sobre história do Brasil, quando cheguei na parte do Plano Real me deu vontade de chorar. É muito emocionante! Depois de décadas de governos tentando maneiras e mais maneiras diferentes, depois de anos de hiper-inflação em que foram tentados vários planos que só pioraram a situação... Finalmente, uma equipe montou um plano certo e conseguiu fazer o governo segui-lo até o fim, por anos a fio, para matar de uma vez por todas a alta inflação.

Será que FHC juntou um grupo de ninjas que davam porrada em quem aumentasse os preços?

O Plano Real deu certo por vários motivos, a começar por juntar uma equipe com grande formação econômica. Os caras aproveitaram o fato de um monte de planos ter sido tentados antes pra entender: "por que eles não funcionaram?"

A questão é que eles tinham que garantir uma série de coisas:

  1. Lembra daquela grana que o pobre perde quando tem muita inflação? A maior parte dessa grana vai pro governo, que a usa pra se sustentar (o chamado "imposto inflacionário"). A equipe do Plano Real sabia que o governo teria que fazer um controle de gastos; caso contrário, a inflação iria ressurgir na primeira oportunidade. Isso demandou uma série de reformas, como a criação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e uma reforma da previdência.
  2. A equipe também sabia que precisava manter o dólar bem baratinho pra evitar mais inflação. Isso ficou ainda mais evidente depois da crise do México, em 1994: os caras tentaram, mas não conseguiram manter o dólar barato. Quando houve a desvalorização do Peso, junto com ela veio uma inflação fortíssima. A equipe de FHC precisava evitar esse risco.
  3. A equipe ainda tinha visto, no Plano Cruzado, que as pessoas começavam a comprar muito mais depois de uma estabilização dos preços. Muita gente querendo comprar é causa clássica de inflação. Para segurar esse lado, o governo precisou fazer o que se chama política monetária restritiva: em outras palavras, juros bem altos.

Tudo isso foi feito e o resultado vocês conhecem: o dragão da inflação foi derrotado! Porém, o governo teve que manter essa estratégia por anos a fio antes de ter a certeza que o problema estava encerrado. Afinal, vários dos planos anteriores tinham dado certo por um tempinho, mas voltavam depois.

Só que essas ações apresentavam um custo bem grande para o país:

  1. O câmbio supervalorizado (ou seja, dólar baratinho) tende a gerar mais importações e menos exportações. Isso tende a fazer o PIB crescer menos (fica mais barato comprar os bens de fora que produzir dentro).
  2. Mais importações que exportações gera o que chamamos de déficit na balança comercial. Esse déficit tem que ser financiado por gringos mandando dólares pro Brasil - por exemplo, comprando participação em empresas (inclusive em privatizações), ou comprando títulos do governo (que, lembrem-se, eram um ótimo investimento, já que os juros eram altos!). Porém, no dia em que os gringos não quisessem mais mandar a grana pra cá, a coisa poderia ficar sinistra!
  3. Os gringos compravam um monte de títulos do governo e os juros eram altos. Resultado disso? A dívida do Brasil aumentava, e o governo tinha que pagar UMA GRANA de juros pra investidores internacionais.

Essas coisas eram segredos? Não. Todos sabiam. Os custos eram altos, mas alguém, algum dia, tinha que pagar por eles. Acabar com décadas e décadas de governos tentando achar um “jeitinho brasileiro” de levar o país pra frente, mas sem resolver de vez os problemas estruturais. Só empurrando com a barriga.

Pra mim, deu certo pra caramba. Hoje o Brasil é um outro país, que consegue ter ao mesmo tempo governo democrático, crescimento econômico forte, baixa inflação e redução de desigualdade social. Mas vou te contar: piorou antes de ficar tudo bem!


3) Crises

Lá pelos idos de 1995, 1996, os economistas sabiam que o Brasil estava num jogo perigoso: se viesse uma crise, talvez não conseguíssemos manter o Real supervalorizado. No fundo, o governo sabia que a situação não era sustentável. Porém, ele não queria a desvalorização antes de ter a certeza que a inflação estava derrotada. E também, possivelmente, não queria fazer isso num momento que fosse ruim do ponto de vista eleitoral.

Mas a crise acabou vindo no fim de 1997, e começou a ficar difícil pagar as contas! Em 1997 veio a crise financeira asiática, e logo depois, em 1998, a crise russa. Quando os gringos começaram a perder dinheiro e ficaram com medo de investir em países emergentes, ficou complicado manter o dólar barato. O governo começou a queimar suas reservas, mas chega um ponto em que não dá mais. Também teve que aumentar os juros (pros gringos terem mais “recompensa” pra mandar a grana pra cá), e até pedir dinheiro emprestado pro FMI. Mas no início de 1999 não dava mais e houve a maxi-desvalorização do Real.

Felizmente, não houve um revival da inflação. Economistas atribuem isto a dois fatores. Primeiro, deu tempo pra economia brasileira “superar” os hábitos da inflação (a chamada desindexação da economia). Segundo, porque a economia tinha passado por uma fase de recessão: a atividade econômica estava baixa, o que por si só é um fator que leva a menor inflação. Se a desvalorização tivesse vindo antes, haveria chances de que ela trouxesse consigo o dragão.

Depois dessa crise e da desvalorização, o governo montou o esquema econômico que é seguido até hoje, cuja base é o tripé Câmbio Flutuante + Meta de inflação + Superávit Primário.

Porém, o Brasil acabou juntando uma penca de problemas: dívida, muitos juros pra pagar, reservas baixas... E aí, só pra sacanear, veio a crise da Argentina, em 2001, quando ela declarou moratória (calote!) dos seus títulos públicos. Agora imagine que você é um gringo que investe dinheiro em países emergentes. Ao ver que a Argentina deu calote, e que o Brasil tem um monte de dívidas, o que você ia fazer com os títulos públicos brasileiros que você tem na sua conta?

E se ainda descobrisse, logo depois, que um candidato que sempre defendeu o calote da dívida externa está com grandes chances de ganhar a eleição?

Investidor estrangeiro em pânico em 2002 (retirado daqui)

Nesse contexto, Lula escreveu uma Carta aos Brasileiros (que, pra quem não a conhece, era na verdade uma Carta ao Mercado Financeiro), falando que ele manteria o modelo econômico vigente, pagaria as dívidas, etc. Quando ele assumiu, cumpriu suas promessas: fez um ajuste fiscal (ou seja, controlou muito bem os gastos do governo, no início de seu governo), renovou o acordo com o FMI que tinha sido fechado no ano anterior, seguiu a receita econômica pós-1999... E o Brasil sobreviveu e reconquistou sua credibilidade!

E foi no meio disso tudo que FHC ganhou a má-fama que hoje os institutos de pesquisa dizem que ele tem. O fato é que o PIB não cresceu muito no enfrentamento de toda essa inflação e crises. E, se as pessoas não estão ganhando mais e sentindo que estão melhorando, não tem como ficarem felizes com o governo! Associe a isso 17 anos de PT falando mal do sujeito, e dá pra entender o que passou pela cabeça dos marqueteiros do Serra.


4) Economia Lula

Não há muito mais pra falar da economia no governo Lula. A estrutura era a mesma. Depois de reconquistada a credibilidade, o país pôde aproveitar dos bons ventos da economia mundial - agora, associados a uma estrutura interna bem montada - para começar a armazenar reservas. Após superar as instabilidades, o Brasil viu um aumento do PIB maior e mais consistente, provavelmente reforçado por aumento dos gastos do governo e das transferências diretas (Bolsa Família).

Quando a crise veio, os fundamentos do Brasil estavam sólidos, e a gestão da política econômica foi consistente. As reservas protegiam o país de qualquer ataque especulativo, como os sofridos em 1999 e 2002. A boa regulamentação do sistema financeiro (que não foi montada pelo governo Lula) mostrou-se bem eficaz: diversos problemas que aconteceram lá fora simplesmente não existiram aqui. E, por fim, o fato de o Brasil ter uma economia relativamente fechada (exportações/importações são uma parcela pequena do PIB) ajudou a limitar os efeitos externos.

Mas vocês não acham que eu iria deixar a oportunidade de criticar um pouquinho, né? =)

Assim como em outras áreas, a minha impressão - compartilhada por um monte de gente, acredito eu - é que o governo Lula perdeu oportunidades de levar o Brasil mais adiante. Se você acha que o Brasil já está bom do jeito que está, vai discordar de mim. Porém, se acha que ainda precisamos mudar muito, vai reconhecer que, em termos de reformas, e de mudança de direção, é difícil não ficar pelo menos um pouco desapontado com o governo Lula.

Na área econômica, o país precisa ardentemente de uma reforma tributária que simplifique um dos sistemas mais complicados do mundo, e que facilite a criação de empresas. Precisava de mais eficiência no sistema judiciário, criando condições estruturais que estão associadas a maior crescimento econômico. Lula tinha aprovação popular astronômica, estabilidade econômica, e maioria no Congresso. Como explicar que, ainda assim, houve muito menos reformas com Lula que com FHC?

O Brasil precisa de menos juros, que são dos maiores do mundo - se os juros fossem menores, as empresas poderiam investir e crescer mais, e o câmbio provavelmente estaria mais desvalorizado (o que também nos ajudaria a crescer). Pra isso, o governo precisaria ser mais eficiente: aprender a priorizar seus gastos, evitando aumentar custos necessários. Mas aí, como abrigar todos aqueles parentes do Sarney, amigos da Erenice, etc? Precisaria diminuir os subsídios bilionários (bi mesmo) que concede através do BNDES a empresas gigantes como a BR Foods (Sadia + Perdigão), Odebrecht, JBS, Votorantim etc. Tadinhas, são empresas frágeis que não conseguiriam competir sem a ajudinha do governo! E de onde viria a grana da campanha da Dilma?

E precisaria de algum tipo de reforma pra melhorar a qualidade no ensino, garantindo o capital intelectual pro país chegar mais longe. Mas cadê as idéias? Cadê a prioridade de recursos pra educação?

Pra mim, fica fácil decidir. Eu quero um governo propositivo, que faz reformas, que assume custos - ainda que impopulares - para atingir benefícios de longo prazo.


Notas póstumas (11/mar/2011): Onde falo de esforço fiscal no Real, menciono a LRF mesmo sabendo que ela só foi aprovada anos depois porque ela surgiu do mesmo contexto, tinha o mesmo objetivo e demorou bastante tempo para ser aprovada (a iniciativa veio de bem antes).

E, sobre se o governo Serra, em minha opinião, faria tais esforços: não sei. Achava que sim, conforme aproximou-se a eleição comecei a achar menos, mas ainda assim votei nele. Talvez, hoje, eu votaria na Marina, mas não sei - e esta questão tem tão pouca relevância prática que nem vale a pena pensar.

Estatísticas

Dias desses passaram uns e-mails com comparações de números do governo Lula contra os do governo FHC, como que querendo dizer: "contra fatos não há argumentos". Uma delas tinha comparação de 5 números (link aqui), sendo alguns deles mentiras (quando diz, por exemplo, que a UFT e a Univasf foram criadas por Lula).

Acho que escolher presidente comparando 5 números desassociados de contexto é bem arriscado. Primeiro, porque 5 números são pouco, e podem ser escolhidos ao gosto do "freguês" pra mostrar a melhor face. Segundo, porque o contexto dos dois governos - situação do Brasil no início, e situação mundial - eram GRITANTEMENTE diferentes.


Ainda assim, parece que mesmo na comparação direta dos números, o governo Lula não foi tão bem assim. Este site - http://pt-br.governobrasil.wikia.com/wiki/Governo_Brasil_Wiki - traz uma lista muito mais extensa de comparações interessantes!

Por exemplo, na comparação entre os dois governos:
  • O IDH (índice de desenvolvimento humano) cresceu, percentualmente, a uma taxa anual mais que duas vezes maior durante o governo FHC
  • A evasão escolar teve progresso no governo Lula: caiu 4,32%. Durante o governo FHC, o mesmo número caiu 51,44% -> isso mesmo, zilhões de vezes mais!
  • A comparação que comentei falava que Lula criou trilhões de universidades federais, enquanto FHC não criou nenhuma. Porém, ainda assim, o número de vagas no ensino superior - tanto nas federais quanto no total - cresceu 1,5 vezes mais (em termos percentuais) no governo FHC
O resto vocês podem comparar lá no site do cara.

Abraços!